Fazemos parte de algo muito maior que nós mesmos... neste século sente-se uma tendência geral em tentar descobrir o que vai para além do corpo humano, o que vai para além do físico, e tentamos encontrar-nos num outro patamar de consciência. New Age chegou em força, contra uma tendência materialista da humanidade - vamos reaprender a ser humanos, não como separados da Natureza, mas como membros desta maravilha que são as Forças do Universo.

segunda-feira, março 01, 2010

Corpo para ir para além da Mente


Namasté e bem-vindos,
No ultimos dois posts fui um pouco mais técnica relativamente a um tipo específico de dança - a dança oriental.
Comecei por falar da dança oriental como uma forma de expressão corporal, mas de uma forma muito mais íntima do que simples movimentos que acompanham uma música ou seguem uma coriografia.
A dança, toda e qualquer tipo, vem de uma actividade mais ancestral - a oração com o corpo. Muitas culturas ainda hoje dançam, não com o propósito de ser esteticamente bonito ou para entreter, mas como um ritual de movimentos livres e de acompanhamento de música que cada um, cada Espirito, pode interpretar livremente, e, eventualmente, atingir um estado de transe - estar totalmente virado para dentro de si mesmo, em vez de estar consciente do exterior. Com isto, de acordo com tantas culturas, se pode atingir um patamar mais alto, e aproximar-mo-nos das nossas divindades, sejam elas quais forem.
Todos nós já vimos documentários do National Geographic onde mostram xamãs e povoações inteiras, povos de todos os cantos do Mundo, a dançar, a cantar, gritar e, no fundo, a fazer "figuras tristes" - no entanto, é uma forma de comunicação muito profunda consigo mesmos.


O propósito da dança espiritual é
"entrar na consciência" ou "pertencer

ao espirito". Ritos de dança ligam-nos
ao Espírito e aumentam nos de

abilidades como coragem e compaixão,

assim como dar nos perspectivas para o Futuro.

Dança transica, uma prática xamânica

antiga, é um veiculo curador pelo qual

as pessoas podem comungar no seu

Espirito.



A danca pode ser vista como um orador

em movimento e uma porta para a alma,

ou Espirito Interior.

Agora, isto não quer dizer que temos que pular e gritar e dançar se nos quisermos sentir "alterados de consciência". Dança é apenas uma forma de expressão corporal - há muitos movimentos que podes fazer com o corpo e não são necessariamente dança. No próximo post falarei um pouco acerca deles e o que eles podem fazer por nós. Pra já, deixo-vos com um vídeo de uma dança meditativa e de transe tradicional de várias culturas, desde a Turquia à India.
Namasté!

Água, há sólida, liquida ou gasosa - take your pick (Continuação)


Namasté e bem-vindos,
Vou aqui continuar a falar de mais ulguns estilos e elementos da Dança Oriental, a minha forma pessoal para me sentir conectada com algo mais etéreo, sentir-me mais zen, mais feliz.
Falei-vos maioritariamente de dois estilos de dança - o folclórico e o tribal fusion. Para facilitar a categorização da tão grande variedade desta modalidade (se tal categorização for possível), acho que não é errado dizer que a dança se pode dividir em três grandes categorias, que combinadas de formas diferentes dão origem à tão imensa variedade.
As 3 categorias são:
1- Estilo
2- Música
3- Objectos
No último post falei de dois estilos, agora vou me concentrar mais nas outras duas categorias, e mais tarde exemplificar como estes elementos se podem misturar. Todos sabemos que a música afecta o estilo de dança. Se estiveres a ouvir música mexida, vais começar a dançar mais energéticamente. Há músicas com caracteristicas especificas para o estilo de dança que se pretende, o estilo mais electrónico para tribal fusion, como disse no último post, mas há outras músicas que se diferenciam principalmente pelo ritmo e que podem ser usadas para os diferentes estilos. Em termos de ritmo, temos dois tipos de música diferentes (que eu me lembre, certamente haverão mais) - balladi e derbak.
Balladi lembra, e com razão, a palavra portuguesa "balada" - trata-se de uma música muito melodiosa, mais lenta, lembra quase um choro ou um suspiro de amor.
Derbak tem mais ritmo, e esta música é facilmente reconhecível pelo troar de vários tambores, vários ritmos, normalmente acelerados.
Agora falando de objectos - o mais conhecido é o sensual véu, aquele belo tecido translúcido que nos transporta quase automaticamente para as lendas mouriscas e para as 1001 noites. No entanto, há muito mais variedade do que isso, de outra forma não seria uma categoria ;)
Existem os címbalos, que se parecem com pequenos pratos de bateria, mas mais grossos, que têm um elastico de maneira a que se possam por nas pontas dos dedos, e a ideia é bater um pratinho contra o outro - produz um som muito zen, comparável com as taças tibetanas mas mais agudo, e as dançarinas usam no mais ou menos da mesma forma que as flamencas com as castanholas;

Há a pandeireta, um disco que se pode bater na face (feita de pele de camelo normalmente, esticada) ou chocalhar os discos metálicos laterais - normalmente as dançarinas batem a pandeireta na anca ou no ombro do braço oposto ao que está a segurar o instrumento, no meio de muito movimento e saltinhos - é uma dança muito versátil, pois aqui a dançarina também tem algum controlo sobre o ritmo que quer, produzindo-o ela mesma;





Há a bengala, que é de facto uma bengala, que normalmente chega à cintura da dançarina, mesmo abaixo do externo - pode ter uma ou mais cores, em espiral; é bastante leve e fina, não mais que 1 a 1,5cm de diâmetro. Comparável com o cavalheiro que a mostrar satisfação, faz rodar a sua bengala ao seu lado, as bailarinas fazem um passo parecido - também equilibram a bengala na cabeça enquanto dançam; para provocar mais impacto, fazem bater a parte curva com força no chão muito rapidamente - também a equilibram na anca ou seguram-na simplesmente com as mãos à sua frente como uma dançarina de jazz.

A espada é utilizada de forma parecida, trazendo sempre aquela imagem mais "perigosa" - esta-rosa-tem-espinhos tipo de ambiente, mas muito, muito lindo.






Temos também as asas de Ísis, que consistem em tecido drapeado, que se usa como uma capa, prendendo o centro do tecido ao pescoço e as pontas contendo varas para a bailarina poder ter maior controlo sobre o movimento do tecido. Os movimentos requeridos para dançar com as asas são geralmente muito vastos, largos e grandiosos, para melhor tirar proveito desta forma, independentemente do ritmo - pode se dançar com musica mais lenta ou mais ritmada.

Existe também o que é na minha opinião, uma versão mais Extremo Oriente (china, coreia, tailandia) do véu, que são os chamados leques-véu. Na minha opinião, com estes objectos é possivel fazer uma linda simbiose entre a dança oriental que dá primazia às formas femininas, com as danças do leque chinesas, que dá mais enfase à beleza "discreta" e humilde do leque.





Mexendo agora com outro tipo de estética, brincando com a luz. Pode se dançar também com velas, tanto nas mãos como na cabeça! Neste segundo caso, é quase como ter de dançar com um enorme candelabro iluminado na cabeça. Requer muito equilibrio, destreza e concentração, mas, ui!, se não vale a pena!

O vídeo abaixo mostra um excerto de uma das maiores artistas pop, Shakira, a dançar dança oriental (a mãe dela é libanesa, e ela aprendeu novinha a dança do país da sua mãe), com o dito candelabro na cabeça.

Não fiz mais que tocar na superfície de tudo o que há para saber sobre a dança Oriental, a chamada dança do ventre. Tenho sorte apenas em ter contacto com ela todos os dias e poder dançá-la sempre que quiser! Quem quiser saber mais acerca da dança, da sua história, e, no fundo, ter mais contacto, visitem este blog, que eu achei muito interessante e informativo!

Água, há sólida, liquida ou gasosa - take your pick


Namasté e bem-vindos,
Estive bastante tempo sem escrever nada - não foi por falta de vontade, garanto - apenas acho que, pelo meu perfeccionismo, quisesse que o próximo post fosse exactamente como eu quero. Pus-me a fazer as minhas pesquisas e a rever os meus conhecimentos, para não transmitir informações erradas.
Mas como prometido, tenciono falar de vários estilos de dança oriental. Não há só um, nada disso, da mesma forma que não há só uma forma de dança de salão! E da mesma forma que não imagino o mundo sem o tango, o chachacha, o foxtrot ou a valsa, também não consigo imaginar o mundo com apenas um estilo de dança oriental. E tal como as danças de salão, a dança oriental diferencia-se pelos diferentes ritmos sonoros e acusticos, passos de dança, e, claro, a apresentação das dançarinas ;)

Vamos começar pelo mais "tradicional" - a dança oriental tem uma origem folclórica, profundamente embrenhado na cultura de vários países, por isso, obviamente, existe o estilo folclórico. Este estilo hoje é já uma mescla do folclore de vários países e regiões, mas alguns passos ainda podem ser colocados no espaço de onde vieram. Existem os passos marroquinos-movimentos horizontais com as ancas e/ou peito; o passo egípcio- o passo BASE, o 1º  que contactamos quando começamos a aprender a dança- trata-se do movimento lateral da anca, ora de um lado, ora do outro; um outro passo egípcio - um salto pé cochinho, feito de lado para a audiência, com o levantamento do joelho e depois o esticar a perna para a frente ao assentar o pé no chão...
Além destes cujos nomes remontam aos seus países de origem, há os comuns a todas essas regiões, com nomes míticos e misteriosos! O Sol, A Lua, O Camelo, O Diamante são apenas alguns nomes dos belos passos que conjugados, dão origem às mais belas danças! Quanto à apresentação das dançarinas, muita maquilhagem, roupas largas e de cores vibrantes e as famosas moedinhas costumam fazer parte da toillete das dançarinas. Em alguns países é proibido as dançarinas mostrarem a barriga, por isso usam fatos tipo macaco, largos ou justos, dependendo da região, ou então com cortes estratégicos para mostrarem alguma pele ;). Onde não existem essas restrições, há a saia ou as calças-génio, com um cinto ornamentado por cima, e uma top curta, tipo soutien, tambem ornamentado. Aqui está um exemplo de uma dança folclórica.



Depois há um estilo que mexe comigo de uma maneira diferente - Tribal Fusion. Muito resumido, é um estilo mais moderno, em que há uma fusão de passos tribais com danças mais modernas - daí o nome. O que vemos nesta dança? Existe um lindo contraste entre fluidez e ritmo, algo que me lembra um pouco brake dance, mas muito mais sensual e expressivo que isso! Os passos que existem não dá muito bem para explicar, pois são realmente muito fuidos e requerem imensa força e flexibilidade por parte das dançarinas. Em relação a roupa, muitas jóias, normalmente metálicos a caminhar mais para os bronzes e prateados que dourado, podem ou não usar as chamadas headpieces - ornamentos na cabeça - desde simples flores, a penas, ornamentos metálicos ou véus. O vestuário é extremamente variado - soutiens ornamentados, tops curtas ou até coletes curtos na parte de cima, e calças-génio, saias, ou calças boca de sino, extremamente justas por cima, e drapeadas em baixo, como parte de baixo - muitas vezes veem-se conjugações, como utilizar uma saia mais curta por cima de calças, para dar mais volume às ancas e ampliar os movimentos. A música tem um toque eletrónico e mais moderno aliado ao som ritmico étnico.
Aqui está um exemplo deste tipo de dança, das fantásticas Rachel Brice e Kami Liddle!